Viver um encontro com outro ser é uma das experiências mais prazerosas que vivemos. Somos tomados pelo encantamento, por Eros e acontece de uma forma repentina. Como uma fragrância no ar, nada programado, o amor acontece. A maioria das pessoas relatam que conheceram uma pessoa de forma inesperada, quando não estavam esperando e nem pensando: “preciso encontrar alguém e viver um relacionamento.
Atraímos pessoas para compartilhar a vida e criamos expectativas sobre o relacionamento. Carregamos uma parte interna que denominamos de criança regredida. Uma metáfora para falarmos de nossas vulnerabilidades, como o medo, insegurança, desconfiança e vergonha. Nossos pais ou cuidadores não supriram nossas necessidades básicas de proteção, segura, acolhimento e também não nos encorajarmos em nossas descobertas e na nossa individualidade.
A partir deste espaço interno da falta, começando na adolescência a projetar que o outro tem que nos cuidar e nos fazer felizes, já que papai e mamãe nos faltou de alguma forma. Como se a cada novo relacionamento pudéssemos viver o que nos faltou, entregando ao outro a responsabilidade de nos sentirmos completos e suprir as nossas necessidades básicas.
Neste caso, a única garantia que existe de fato é de se desenvolver uma relação de co-dependência. O que nos primeiros meses ou anos você imagina que era a pessoa correta para você, a alma gêmea, passa a ser um ser real que carrega também sua criança ferida com suas limitações e expectativas. O que um dia foi encantamento, passa a não fazer mais sentindo, e em um determinado momento um do casal toma a iniciativa e termina a relação.
Os contos de fadas que aprendemos desde de criança, e que diga-se de passagem estão super desatualizados, nos ensina que a mulher precisa ser salva pelo homem e que vão viver felizes para sempre. Desde quando sempre existe? A mulher precisa ser salva pelo homem e depender sua felicidade deste outro?
Outra idéia equivocada é da alma gêmea. Não existe nenhum ser, o e que dirá alma, neste planeta igual a outro, quanto mais do sexo oposto. Esse papo da metade da laranja, já ensejam o fracasso para qualquer relacionamento, pois lidam com uma percepção do amor idealizado, que busca completude no outro.
E mesmo um amor baseado num comprometido real pode acabar, pois o indivíduo é processo, movimento, está sempre mudando, transformando e pode ter-se tornado ruim algo que um dia deu certo em determinado contexto, momento de vida de cada um. Acredito que um relacionamento é saudável enquanto há troca, crescimento, admiração e respeito, e claro afinidades e projetos em comum.
Da mesma forma que o encantamento vem, ele vai. Claro que no meio desta experiência vive-se dificuldades de comunicação, mudança de perspectivas, desejos e etc. E isto não precisa ser um problema, problema sim é o nosso apego e o medo da mudança e do desconhecido.
Superando a dor
No meu ponto de vista, a separação tem três momentos desafiantes a serem superados que são os seguintes: a dor do amor, descolar do corpo, dos hábitos e rotinas e lidar com o ego.
A dor do amor não se trata de um alguém especifico, o Joao, Francisco, Maria ou Marina. O amor é uma necessidade de vivenciar e compartilhar com o outro no espaço da fusão, da comunhão. Abrindo-se ao outro e permitindo fazer parte, vinculando, respirando juntos. Na experiência do amor, podemos mostrar nossas vulnerabilidades e potenciais, permitindo ser visto e desejando ver o outro. Torna-se possível criar pontes e planos, onde basta um olhar um gesto e a comunicação já esta estabelecida e a possibilidade de se desenvolver como ser e apoiar o outro no seu processo.
Sem esquecermos que não existe simbiose total, que os momentos de entrega ao outro nos torna desconhecidos para nós mesmos e que estamos em transformação, ou seja, não existe garantia de uma segurança total no amor, o amor é o próprio processo da vida.
O amor é uma necessidade básica do ser humano e um dos grandes medos que nos aflige. Vivenciar o amor próprio e o compartilhar com o outro. O presente deste momento de separação, é a oportunidade de você voltar toda sua energia para você, desenvolvendo seu amor próprio, sua individualidade. Respirando em suas fragilidades e falta, e preenchendo a si mesmo.
Eu diria que não apenas desenvolver sua individualidade como algo fechado em si mesmo, mas aguentar a falta, a incompletude que é inerente à vida e que nem o amor poderá suprir, o amor é abertura a essa falta, a entrega ao outro que desconhecemos e que nos faz desconhecer a nós mesmos…
O descolar do corpo, dos hábitos e rotinas é um processo gradual, orgânico e que exige mudança de pensamento e comportamentos diários. Um dia de cada vez, um momento de cada vez. O corpo carrega as memórias das sensações e vivências, abarca os pensamentos e é a morada da alma. Fundamental neste processo é a aceitação do que já foi, integrando no seu ser os aprendizados da relação e criar novos hábitos e rotinas, como por exemplo começando a fazer uma atividade que você sempre curtiu mas não realizou e conectando novamente com antigos amigos e familiares.
Oxigenar e vitalizar o corpo é fundamental, dançar, correr, nadar, receber massagem, o que o seu corpo gostar e se sentir bem. Bacana também é fazer parte de um grupo que te estimule e com isso construir novos laços e vínculos. Abrir-se para o novo, o desejo de conhecer e vivenciar coisas diferentes, lugares, cheiros, sensações. Permitir passo a passo que a vida floresça ao seu redor, minimizando as expectativas e simplesmente deixando acontecer. O grande exercício da presença – meditação.
Lidar com o ego é o desafio constante da desidentificação. A necessidade de controle, de querer saber do outro, o que esta fazendo, por onde anda, com quem esta, é uma grande armadilha para você se perder e desviar do seu caminho de evolução. Pergunte a si mesmo, se isto é necessário, se de fato você quer saber, se vai mudar algo em sua vida, se vai acrescentar e impulsionar seu crescimento pessoal.
Osho disse em um dos seus satsangs sobre relacionamento, que quando um relacionamento termina devemos agradecer ao outro pela oportunidade de ter compartilhado momentos da vida juntos e seguirmos nossos caminhos sem peso e apego. Estamos aqui de passagem e tudo que um dia nasceu vai ter um fim também, mesmo que seja pela morte física. Outra coisa importantíssima dita por ele, é que devemos ficar em torno de três meses sem ver a pessoa, sem falar, sem comunicar. É preciso um tempo pra alma, mente e corpo descolar desta experiência, voltar-se para você e poder seguir adiante com mais consciência e minimizando projeções.
Nartan Lemos é psicóloga e Terapeuta do Instiuto Learning Love. Atende Individual e Casal em Brasília.Related: first data certified 2 omaha, nebraska, nitrous oxide before i knew i was pregnant, betti homeadvisor, bakersfield towed vehicle locator, how much does grupo legitimo charge, homes for rent by owner in northport, al, harrys cafe de wheels nutrition information, alabama high school coaching supplements, jeffrey dubow parents, wayans brothers death 2021, d’angelo ortiz scouting report, rene marcelo claure, pre boarding announcement, fantasy baseball mock draft 2022, tino chrupalla vorfahren,