A meditação é um estado de ser, é o estar consigo mesmo, é o grande encontro. Aprenda a meditar que o amor virá naturalmente
Muitas vezes por não sabermos o que queremos e sentimos, ficamos divididos interiormente, e iniciamos uma luta contra nós mesmos. Assim neuróticos ou em conflito permanente, nossa energia não pode ser usada para nenhuma transformação, a menos que encontremos nossa voz interior e assim haja o reconhecimento/aceitação de quem realmente somos.
Ao longo de nossa jornada pessoal, nossa própria voz tem sido sempre reprimida, pouco espaço tivemos para ouvir nosso coração. Assim, para encontrar nossa própria voz interior, o que considero ser crucial no processo terapêutico, sugiro contarmos com vertente do autoconhecimento que é a meditação.
Segundo indica o mestre Osho, ao iniciar a jornada de conhecer a sua própria voz/seu próprio eu, você terá que passar por uma multidão de ruídos. Numa primeira etapa, ao olhar para dentro e tentar identificar sua voz, tente perceber se consegue distinguir de quem é essa voz. Ela é mesmo sua ou lhe foi imposta? As vezes essa voz é de seu pai ou mãe? Um a avô? Ou professor? Ou de um parente/vizinho que marcou sua vida?
Ao identificar essa voz ou mesmo vozes, não há necessidade de lutar – basta saber que ela não é sua, mas de outro que você sabe que não quer seguir. Então, decidido a mover-se por si mesmo, a ser maduro, você pode agradecer a essa voz e dizer adeus. Lembre-se que pessoa que te deu a voz não é um inimigo, sua intenção não era ruim, a questão é que ela não está vindo de você, ou seja, esta voz não é a sua.
Ao identificar as vozes conflitantes dentro de você, a conexão e identidade com elas poderá ser quebrada. Quando isso acontece, você pode descobrir sua própria voz e então segui-la sem medo – aí está seu destino, onde você irá encontrar realização, contentamento – e nesse florescimento, o saber meditar acontece.
“Quando a meditação acontece, toda a nossa vida torna-se uma meditação, uma celebração.”
(Osho)
O segredo da meditação
“Meditação é um processo muito simples: tudo o que você precisa saber é o botão certo. (…) testemunhar o botão certo. Apenas testemunhe o processo de sua mente, não faça nada. Nada precisa ser feito, apenas seja uma testemunha, um observador, um espectador olhando para o tráfego da mente – pensamentos passando, desejos, memórias, sonhos, fantasia. Apenas mantenha-se à distância, calmo – assistindo isso, vendo isso. Sem julgamento, sem condenação, nem dizendo: ‘isso é bom’, nem dizendo: ‘isso é ruim’. Não traga seus conceitos morais, caso contrário você nunca será capaz de meditar. É por isso que eu sou contra a chamada moralidade: é anti-meditação, porque uma tão chamada pessoa moral está cheia de suas ideias morais: deveres e proibições que ele não pode assistir. (…) ele salta para conclusões: ‘isso não é certo e isso é certo’. E tudo o que ele sente é certo, ele quer se apegar a isso, e tudo o que ele pensa que está errado, ele quer jogar fora. Ele salta entre os pensamentos, começa a lutar, agarrar, e é aí que ele perde todo o testemunho. Testemunhar significa simplesmente uma observação desapegada, sem preconceitos: esse é todo o segredo da meditação. É simples! Uma vez que você tenha pego o jeito, é a coisa mais simples do mundo, porque cada criança nasce nessa inocência. Você conheceu no ventre de sua mãe, você conheceu quando você era uma criança pequena, então é apenas uma redescoberta. Meditação não é algo novo: você tinha vindo com ela para o mundo.”
(Osho)
Fontes:
Texto Encontrando sua própria voz (osho.com)
Livro Meditação: a arte do êxtase (Bhagwan Shree Rajneesh) – São Paulo: Cultrix/Pensamento, 1976.