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Blog da Nartan

Aprendendo a lidar com o medo da intimidade

Na intimidade profunda com outra pessoa, somos convidados a ver mais sobre nós mesmos, uma oportunidade de sentir e olhar o nosso eu mais profundo

Segundo Krishnananda, psiquiatra e psicoterapeuta, nós todos temos medos profundos de abrir totalmente a intimidade e quanto mais nos aproximamos de alguém, mais esses medos e inseguranças venham à tona.

A intimidade traz feridas profundamente enterradas, tais como decepções, mágoas e frustrações que vêm das necessidades básicas que não satisfeitas quando éramos crianças.

O que é o medo e de onde ele vem?

O medo é uma das qualidades fundamentais da criança emocional. O medo tem suas bases no passado. Precisamos reconhecer os medos que nossa criança ferida carrega.

Ele vem de experiências e dos condicionamentos que estão na mente da nossa criança ferida, através de experiências negativas, traumas e temores de nossos educadores.

Somos orientados por dois medos básicos de uma maneira ou de outra: o medo da sobrevivência e o medo de não sermos amado. Existem os medos reais, que são aqueles que sentimos quando enfrentamos um perigo imediato, e os medos do passado, que são na maioria das vezes inexplicáveis e irracionais. É um medo profundo, medo de tudo – no espaço interior da criança ferida. Nesse espaço não estamos conectados com a realidade.

Várias são as causas dos medos que carregamos. Primeiramente nascemos em um mundo estressante, repressor, competitivo e moralista; vivemos o trauma do nascimento no corpo físico e a forma como nós nascemos; os traumas que vivemos na infância; toda rispidez ou invasão; herdamos os medos das pessoas que convivemos e nos educaram; pais, professores e nossa cultura e a insegurança de viver num mundo que nada podemos fazer dia das grandes forças da vida.

O que nos faz ter medo e como nos sentimos

Normalmente sentimos medo quando não conseguimos algo que queremos de outra pessoa: não recebemos amor e alimentos necessários; no desconforto físico; ou quando sentimos rejeição, fracasso ou crítica.

Nossa cultura não nos ensina a lidarmos com o medo: negamos, julgamos, fugimos, tentando acabar com ele e resistimos a ele. Nos esforçamos para mostrar aos outros e a nós mesmos uma imagem convincente de que nossos medos não existem e nos envergonhamos dele. Encobrimos nosso medo compensando de alguma maneira, através das nossas dependências e vícios. Nos oprimimos ou nos julgamos pelo nossos medos.

Sentimos pânico, nervosismo, agitação, tremores, sudorese, taquicardia e inquietação; ficamos irritados e ansiosos; temos ausência de sentimento, não sentimos o corpo e as emoções; sentimos o medo alojado no corpo e no sistema nervoso, algo não funciona de maneira que queremos, por exemplo o sexo.

 

 

 

Aprendendo a lidar com os medos

Precisamos reconhecer os nossos medos, compreender de que forma e quais as razões que fez o medo se desenvolver, aceitar nossos medos amigavelmente, para termos um relacionamento amigável com nossa sensibilidade e reconhecer quando a criança emocional assumiu o controle.

Relacionamos de forma saudável como nossos medos, quando compreendemos que o medo vem de um condicionamento e de um velho modo de pensar. Precisamos ter tranquilidade para lidarmos com os medos, senão jamais teremos um relacionamento saudável com nosso poder. Aprendemos que poder é a ausência de medo e não sua aceitação.

Inconscientemente, nós projetamos estas velhas mágoas e frustrações sobre aquelas pessoas que se aproximam. Quando nossas feridas são desencadeadas, é fácil sentir, pensar e se comportar como uma criança ferida. E a partir deste espaço, muitas vezes sabotamos nossa vida amorosa.

Trechos do livro: O amor não é um jogo de criança de Krishnananda (Thomas Trobe).
 
+ Nartan Lemos é psicóloga com formação em psicoterapia corporal e professora certificada pelo Learning Love Institute. Desde 2000, acompanha os fundadores do Instituto produzindo este belo trabalho no Brasil, e fazendo atendimentos individual e casal.

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